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POR QUE O NOME CISNE?

A ideia do nome CISNE se remete ao conto O PATINHO FEIO, escrito pelo autor dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875) e publicado pela primeira vez em 11 de novembro de 1843, é um dos clássicos da literatura infantil e já foi reescrito e adaptado para uma série de veículos ao longo das décadas.

O nascimento do patinho...

Era uma vez uma pata que escolheu cuidadosamente onde fazer o seu ninho.

Afinal os colocou em um local protegido, perto do rio, com muitas folhagens.

A pata foi chocando os ovos até aqueles começaram a se romper dando origem a patinhos amarelinhos muito belos.

Apenas um ovo, maior, permaneceu intacto. Intrigada, ela chocou ainda mais e depois acabou por ajudar a romper a casca com o bico. De lá saiu um filhote estranho, cinza, completamente diferente dos outros.

A descoberta da diferença

Todos os que davam parabéns à pata - o peru, as galinhas, o porquinho - diziam que ela havia tido uma ninhada linda, exceto pelo patinho feio.

"Ele é grande e sem graça", "Tem um ar abobalhado", acusavam aqueles que não sabiam lidar o pássaro diferente da ninhada.

Os irmãos do patinho feio percebendo a situação passaram então a excluir aquele que era meio esquisito. Por fim a própria pata passou a sentir vergonha e a abandonar o filhote diferente.

O abandono e o sofrimento

E o patinho feio cresceu assim - sozinho e em sofrimento, tendo que aturar as bicadas das galinhas e a perseguição de outros animais. Cansado de sofrer, um belo dia o patinho feio resolveu fugir.

Primeiro encontrou um lago repleto de marrecos. Lá não ligaram para o patinho feio. Habituado ao sofrimento, pelo menos era melhor passar mais despercebido do que levar com a agressão dos outros animais. Mas a tranquilidade durou pouco, um dia caçadores chegaram e espantaram todos.

Perdido novamente no mundo encontrou uma outra lagoa que serviu de abrigo. Lá viu pela primeira vez belos cisnes brancos e ficou instantaneamente admirado. Ainda errante, procurou mais alguns abrigos e sofreu por todos onde esteve.

A autodescoberta do patinho e o seu final feliz

Enquanto isso o patinho foi se desenvolvendo e, ao encontrar um novo abrigo, ao lado dos cisnes, descobriu pelo reflexo da água que ele próprio era também uma daquelas criaturas que tanto admirava.

Os cisnes do grupo imediatamente deram as boas vindas e o patinho, antes humilhado, passou a ter a companhia dos irmãos da mesma espécie ficando com o coração cheio de felicidade.

A história se encerra com a constatação de que um belo dia uma criança estava passeando pelo lago quando, ao olhar para o antigo patinho feio, e disse admirado: "olhem, pais, tão lindo esse cisne novo, é o mais bonito de todos!".

A RELAÇÃO COM OS "NOSSOS" CISNES:

O conto de fadas do patinho feio estimula a construção da autoimagem da criança  diferente das outras crianças "normais" (apesar de NORMAL é ser diferente).

Por um lado ensina os pequenos a não julgarem o que é diferente, isto é, o diferente jamais deve ser zombado, ameaçado ou deixado de lado. Devemos antes aceitar aquilo que é diferente e enxergar as qualidades que cada ser tem de especial.

O patinho feio também nos ensina a não tentarmos ser aquilo que não somos, antes devemos ter orgulho daquilo que nos diferencia.

A narrativa nos alerta igualmente para a importância de não ceder à pressão social ocultando ou diminuindo aquelas que são as nossas características individuais.

Outro ensinamento importante dado por Hans Christian Andersen é que a resiliência e a persistência são essenciais; o patinho feio persiste na sua jornada mesmo quando todos o humilham sucessivamente.

A cada nova tentativa o patinho parece ser mais massacrado, mas ainda assim ele tem esperança de encontrar um lugar melhor no mundo.

O patinho feio sente que claramente não pertence ao ninho onde nasceu. Conforme vai amadurecendo, cansado das humilhações constantes, ele vai em busca de um ambiente que o acolha na sua diferença.

O seu percurso para encontrar amigos e um lago com mais compaixão foi tortuoso, o patinho passou por uma série de experiências cruéis que deixavam ainda mais evidente a discriminação. Vale sublinhar, porém, que ele jamais desistiu da sua jornada pessoal rumo à dias melhores.

Esse era, em 1986, e continua sendo até os dias de hoje, o trabalho do Instituto Cisne; oferecer aos chamados de patinhos feios, às crianças e adolescentes com deficiência intelectual ou quaisquer outras síndromes ou transtornos, caminhos e condições para construírem progressivamente sua autonomia, para serem aceitos no mundo e conquistarem uma condição de existência digna na comunidade humana.

FONTE DA FÁBULA E OBSERVAÇÕES: 

Dra. REBEKA FUKS

Doutora em Estudos da Cultura, formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), mestre em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutora em Estudos de Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).

A adaptação mais famosa de O PATINHO FEIO foi a realizada pelos estúdios Disney.

A animação, com cerca de 9 minutos, foi dirigida por Jack Cutting e lançada nos cinemas no dia 7 de abril de 1939.

Confira o desenho animado na íntegra abaixo:

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